sexta-feira, 8 de maio de 2009

Por que falar em Gêneros textuais?

Reconhecendo a necessidade de pensar num melhor resultado para o estudo de Língua Portuguesa, o Gestar 2 no livro de teoria e prática -3 no qual aborda o tema: “Gêneros e tipos textuais”, desafia, nós, professores, aprimorarmos nos nossos queridos alunos o estudo dos gêneros.
Quando o aluno, ou qualquer pessoa, fala ou escreve em determinada situação de comunicação, está produzindo um gênero de texto. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) insistem neste tema, considerando-o como fundamental para o Ensino de Língua Portuguesa. Diferentes teóricos como Bakhtin, Dolz, Schneuwly e Marcuschi, se ocuparam do estudo do tema, tanto do ponto de vista teórico quanto da sua aplicação escolar.
Com base nos pressupostos teóricos de Bakthin, os PCN fazem as seguintes considerações:
“Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero. Os vários gêneros existentes, por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Pode-se ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a ‘ famílias’ de textos que compartilham algumas características comuns, embora heterogêneas, como visão geral à qual o texto se articula, tipo de suporte comunicativo, extensão, grau de literariedade, por exemplo, existindo em número quase ilimitado.”
Por isso, o estudo no TP-3 – considera os gêneros nos seus aspectos sócio-comunicativos e funcionais. Sem desprezar a forma, também considera os aspectos formais que os constituem, como as características estruturais e lingüísticas dos textos falados ou escritos.
Contudo, em alguns momentos, julga-se conveniente considerar não o gênero textual, mas a predominância do modo de atualização do discurso, o tipo textual predominante, o suporte do texto, a depender dos objetivos pretendidos.
Segundo Marcuschi: “Em geral, a expressão ‘tipo de texto’, muito usada nos livros didáticos e no nosso dia-a-dia, é equivocamente empregada e não designa um tipo, mas sim um gênero de texto.”
Os tipos textuais são conhecidos, de modo geral como: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção. Já os gêneros textuais, orais e escritos são muitos: carta, conto de fadas, fábula, piada, debate, lista de compra, histórias em quadrinhos, charges, bilhete, classificado, carta ao leitor, carta do leitor...
Por fim, aprender a utilizar os gêneros desta maneira, possibilitará aos nossos alunos reconhecer e praticar gêneros de texto que apresentem predominância de diferentes tipos textuais. Desse modo, um aluno que sabe reconhecer as principais características de um gênero textual, poderá num segundo momento, realizar uma atividade de deslocamento de gênero, como, escrever uma fábula em forma de poema ou um poema em forma de carta...

Bibliografia:

Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetro Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1997, v.2, p. 26.
O pensamento de Vygotsky e Bakhtinno no Brasil, de Maria Teresa Assunção freitas. São Paulo: Papirus, 1998.


NOSSO SEGUNDO ENCONTRO – OS GÊNEROS TEXTUAIS FAZENDO SENTIDO

Comecei entregando para os cursistas todo o planejamento do encontro anterior com base na BCC e OTM. Para alguns, estes dois instrumentos de apoio pedagógico ainda causam estranheza. No final deste planejamento, sugeri que cada escola construísse um “BANCO DE PLANEJAMENTO” . A idéia foi bem aceita.
Levei o livro “Preconceito lingüístico” de Marcos Bagno e discutimos alguns fragmentos que destaquei da introdução para enfatizar a fala de uma das cursistas, pois a mesma havia dito no último encontro que: “os nossos alunos falam errado”. É importante ressaltar que a língua não é estanque. Basta observarmos na sala de aula as inovações lingüísticas que os nossos alunos trazem. E o falar “errado” na verdade não passa de um autoritarismo inconsciente da elite. “O falar/ calar está intimamente relacionado à história das hierarquias sociais e se reproduz de várias formas nas situações comunicativas".
Depois da discussão sobre o assunto, entreguei o kit com os TPs para serem analisados. O primeiro momento foi de um olhar carinhoso e questionador, depois um abraço de aceitação e entusiasmo com o projeto que iremos desenvolver.
Trabalhamos a unidade 9 do TP3. E logo surgiram os primeiros questionamentos sobre gêneros textuais.
Esta semana li uma matéria na revista Construir Notícias sobre “gêneros textuais na escola “que continha a seguinte classificação: “ gêneros primários são aqueles que não precisam ser ensinados na escola, já que são aprendidos no uso diário.(...) Podemos chamar de gêneros secundários os que exigem maior planejamento para serem usados. Precisam ser ensinados na escola para que os alunos possam dominá-los como instrumento de comunicação indispensável para o exercício da cidadania.”
Na realidade, eu desconhecia estes dois tipos de classificação.
E qual a diferença entre o gênero ensinado na escola e o que não é ensinado?
Tudo o que falamos ou escrevemos é gênero textual.
Destaco o seguinte, existem gêneros que são ensinados na escola que necessariamente não é através da instituição escola que você tem este domínio.
Lembro-me de quando criança escrevia inúmeras cartas pessoais antes mesmo que estas fossem ensinadas na escola. Hoje, existem n gêneros que os nossos alunos dominam mais do que nós, professores, logo, esta hierarquia de gêneros “institucionalizados” eu não concordo. O que eu concordo é com o trabalho reflexivo do professor sobre sua prática didática do que ensinar e por que ensinar determinados gêneros, já que ao trabalhar com a diversidade dos mesmos amplia, diversifica e enriquece a capacidade dos alunos.
Nosso grupo demonstrou dúvidas em relação a gênero e tipo. Observa-se que os tipos eles incorporam uma diversidade enorme de gêneros. Por exemplo, ao trabalhar com uma narração você tem uma infinidade de gêneros como: o conto, a fábula, a crônica, uma tira...
“Schnuwly compreende o gênero textual como uma ferramenta, isto é, um instrumento com o qual é possível exercer uma ação lingüística sobre a realidade. Para ele, o uso de uma ferramenta resulta em dois efeitos diferentes de aprendizagem: por um lado, amplia as capacidades individuais do usuário; por outro, amplia seu conhecimento a respeito do objeto sobre o qual a ferramenta é utilizada. Por exemplo, ao utilizarmos um machado, aprendemos não apenas como manejá-lo cada vez melhor, mas também passamos a saber mais sobre a dureza da madeira e dos troncos”.
Acredito que está claro através desta imagem o que é um gênero e o que representa para o nosso ensino-aprendizagem.
INTERVALO!!!!! Um momento rápido para uma boa conversa com os colegas ao sabor de um lanchinho feito com carinho. Olhem as garotas aí!!!!



No nosso segundo momento, dividimos a turma em grupos e fizemos um trabalho com gêneros com base no tema trabalho. Houve apresentação e logo após os grupos analisaram e escolheram o (avançando na prática) que será aplicada em sala. Concluímos lendo o texto de Marcuschi “Gêneros textuais: definição e funcionalidade”.
Cada momento de cada encontro é único. As nossas trocas não têm preço,os desafios que temos de enfrentar enriquece a hora da partida, deixando-nos sempre para o próximo encontro um gostinho de “QUERO MAISSS!!!!”. bjo

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