domingo, 22 de novembro de 2009

CONSELHOS

Fabrício Carpinejar

Não percebo quando estou recebendo conselhos ou dando conselhos. Não há um aviso: preste atenção, isso vai servir para toda tua vida. Conselho não é cerca eletrônica. É falar com fraqueza. A fraqueza é franqueza. E ocorre no momento em que não se pretende convencer ninguém, muito menos a si. Conselho é a total falta de persuasão, desobrigação. As linhas que sublinhei num livro são meus pensamentos. As linhas que não sublinhei são conselhos. Conselho não pode ser ralhado. Não pode ser imposto, ditado, planejado. Não é necessariamente para ser seguido ou compreendido. Não se trata de uma explosão, mas de um estalo. Suave, despretensioso e que é capaz de ser descoberto anos depois. O que acreditava que serviria a minha vida não prestou e o que não acreditava resultou em ensinamento. Talvez olhar de cara feia seja o sinal de que é um conselho. Fui um menino religioso. Religioso de conversar com os pássaros, de tomar chuva para esfriar a cabeça, de descascar bergamota no sol e alcançar gomos ao cachorro. Rezava terços aos nove anos, toda noite, enquanto meu irmão menor lia a revista Placar e o mais velho a Playboy. Tinha que me manter atento nas pedras para não pular passagens. Acompanhava a mãe nas missas, recolhia o dízimo, participava de grupo de jovens. A missa foi o primeiro karaokê que participei. Não havia nota, o que me salvava do vexame. Cantava altamente desafinado. Cantar era gritar. Imaginava os vitrais como a geladeira da luz. A luz permanecia fria naquelas imagens, conservadas da mortalidade que suava e deformava. Minhas roupas encolhiam de repente. Me vestia mal para não chamar atenção. Chamava atenção porque me vestia mal. Contava meus pecados com detalhes. Aumentava meus pecados com volúpia. O padre tinha sono, arrulhava na cabine. Por muito tempo, confundi o confessionário com provador de roupa. Ainda são misteriosos os motivos da grade que separava o mundo de Deus dos fiéis. Deus merecia venezianas. Eu me envergonhava de não ter pecados. Roubava os pecados dos outros para me sentir mais santo, para ganhar confiança. Minha fé sempre foi maior do que a forma que encontrei para rezar. Eu só queria me salvar. Queria me salvar de mim mesmo. Custei a entender que não posso me dar conselhos - não me escuto ou me escuto tarde demais.


Minha saudade do Fabrcio. Sempre que podia visitava o seu blog. Adoro a sua sensibilidade, o seu jeito poético de falar das coisas simples do nosso dia a dia. Bjos, Fabrício,

Século XXI : Maior valor à ética do que ao conhecimento

"O planeta não vai ser salvo por quem tira notas altas nas provas, mas por aqueles que se importam com ele." Essa é uma das postulações do pesquisador norte-americano Howard Gardner. Vale a pena ler sua entrevista veiculada pela Revista Escola , deste mês.

Howard Gardner, que se dedica a estudar a forma como o pensamento se organiza, balançou as bases da Educação ao defender, em 1984, que a inteligência não pode ser medida só pelo raciocínio lógico-matemático, geralmente o mais valorizado na escola. Segundo o psicólogo norte-americano, havia outros tipos de inteligência: musical, espacial, linguística, interpessoal, intrapessoal, corporal, naturalista e existencial. A Teoria das Inteligências Múltiplas atraiu a atenção dos professores, o que fez com que ele se aproximasse mais do mundo educacional. Hoje, Gardner tem um novo foco de pensamento, organizado no que chama de cinco mentes para o futuro, em que a ética se destaca. "Não basta ao homem ser inteligente. Mais do que tudo, é preciso ter caráter", diz, citando o filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson (1803-1882). E emenda: "O planeta não vai ser salvo por quem tira notas altas nas provas, mas por aqueles que se importam com ele".


Além de lecionar na Universidade de Harvard e na Boston School of Medicine, ele integra o grupo de pesquisa Good Work Project, que defende o comportamento ético. Esse trabalho e o impacto de suas ideias na Educação são temas desta entrevista concedida à NOVA ESCOLA em Curitiba, onde esteve em agosto, ministrando palestras para promover o livro Multiple Intelligences Around the World (Inteligências Múltiplas ao Redor do Mundo) ainda não editado no Brasil.

A Teoria das Inteligências Múltiplas causou grande impacto na Educação. Após 25 anos, o que mudou?


HOWARD GARDNER Durante centenas de anos, os psicólogos seguiam uma teoria: se você é inteligente, é assim para tudo. Se é mediano, se comporta dessa maneira todo o tempo. E, se você é burro, é burro sempre. Dizia-se que a inteligência era determinada pela genética e que era possível indicar quão inteligente é uma pessoa submetendo-a a testes. Minha teoria vai na contramão disso. Se você me pergunta se minhas ideias tiveram impacto significativo, eu digo que não. Não há escolas e cursos Gardner, mas pessoas que ouvem falar dessas coisas e tentam usá-las.

As escolas têm dificuldade em acompanhar mudanças como essa?

GARDNER As instituições de ensino mudam lentamente e estão preparando jovens para os séculos 19 e 20. Além disso, os docentes lecionam do modo como foram ensinados. Mesmo que sejam expostos a novos conhecimentos, é preciso que eles queiram aprender a usá-los. Se isso não ocorre, nada muda.

Como sua teoria pode ser incorporada às propostas pedagógicas?


GARDNER No livro Multiple Intelligences Around the World, lançado este ano, diversos autores descrevem como implementaram minhas ideias. Enfatizo duas delas: a primeira é a individualização. Os educadores devem conhecer ao máximo cada um de seus alunos e, assim, ensiná-los da maneira que eles melhor poderão aprender. A segunda é a pluralização. Isso significa que é necessário ensinar o que é importante de várias maneiras - histórias, debates, jogos, filmes, diagramas ou exercícios práticos.

Como fazer a individualização do ensino numa sala com 40 estudantes?


GARDNER Realmente é mais fácil individualizar o ensino numa sala com dez crianças e em instituições ricas. Mas, mesmo sem essas condições ideais, é possível: basta organizar grupos formados por aqueles que têm habilidades complementares e ensinar de modos diferentes. Se o professor entende a teoria, consegue lançar mão de outras formas de trabalhar - como explorar o que há no entorno da escola. Se ele acredita que só com equipamentos caros vai conseguir bons resultados em sala de aula, não entendeu a essência do pensamento.

A lista de conteúdos está cada vez maior. Como dar conta do programa e ainda variar a metodologia?


GARDNER É um erro enorme acreditar que por termos mais a aprender, necessitamos ensinar mais. A questão central é que várias coisas que antes tinham de ser memorizadas agora estão facilmente disponíveis para pesquisa. Colocar uma quantidade cada vez maior de informação na cabeça da garotada é um desastre. Infelizmente, essa é uma prática comum em diversos cantos do mundo. Depois de viajar muito, posso afirmar que o interesse de diversos ministros da Educação é apenas fazer com que seu país se saia bem nos testes internacionais de avaliação. E isso é ridículo.

Qual a sua avaliação sobre a Educação brasileira?


GARDNER Acredito que, se o Brasil quer ser uma força importante no século 21, tem de buscar uma forma de educar que tenha mais a ver com seu povo, e não apenas imitar experiências de fora, como as dos Estados Unidos e da Europa.

O país precisa se olhar no espelho, em vez de ficar olhando a bússola. Sua teoria inclui um um método adequado de avaliá-la?


GARDNER Gastamos bilhões de dólares desenvolvendo testes para medir o nível em que está a Educação, mas eles, por si só, não ajudam a aprimorá-la - simplesmente nos dizem quem está melhor ou pior. Para saber isso, basta olhar para as notas. A diferença dos testes de inteligências múltiplas é que é necessário aplicá-los somente naqueles que têm dificuldades. Assim, podemos verificar as formas de ensinar mais adequadas a eles, ajudando todos - e a Educação, de fato.

Os testes de QI sofreram muitas críticas de sua parte. Por quê?


GARDNER A maior parte dos testes mede a inteligência lógica e de linguagem. Quem é bom nas duas é bom aluno. Enquanto estiver na escola, pensará que é inteligente. Porém, se decidir dar um passeio pela cidade, rapidamente descobrirá que outras habilidades fazem falta, como a espacial e a intrapessoal - a capacidade que cada um tem de conhecer a si mesmo, fundamental hoje.

De que forma essa habilidade pode ser determinante para o sucesso?


GARDNER Ela não era importante no passado porque apenas repetíamos o comportamento dos nossos pais. Agora, todos necessitamos tomar decisões sobre onde morar, que carreira seguir e se é hora de casar e de ter uma família. E quem não tem um entendimento de si mesmo comete um erro atrás do outro.

Qual o desafio do mundo para os próximos anos em relação à Educação?


GARDNER Estamos vivendo três poderosas revoluções. Uma delas é a globalização. As pessoas trabalham em empresas multinacionais e mudam de país, o que é bem diferente de quando as populações não tinham contato umas com as outras. A segunda revolução é a biológica. Todos os dias, o conhecimento científico se aprimora e isso afeta a maneira de ensinar e de aprender. O cérebro das crianças poderá ser fotografado no momento em que estiver funcionando, permitindo detectar onde estão os pontos fortes e os fracos e a melhor forma de aprender. A terceira revolução é a digital, que envolve realidade virtual, programas de mensagens instantâneas e redes sociais. Tudo isso vai interferir na forma de pensar a Educação no futuro.

O livro Cinco Mentes para o Futuro aborda as características essenciais a ser desenvolvidas pelos humanos. Como isso se relaciona com as inteligências múltiplas?


GARDNER As cinco mentes não estão conectadas com as inteligências e são possibilidades que devemos nutrir. A primeira é a mente disciplinada - se queremos ser bons em algo, temos de nos esforçar todos os dias. Isso costuma ser difícil para os jovens, que mudam rapidamente de uma tarefa para outra. Essa mente pressupõe ainda a necessidade de compreender as formas de raciocínio que desenvolvemos: histórica, matemática, artística e científica. O problema é que muitas escolas ensinam somente fatos e informações.

Como lidar com o excesso de informações a que temos acesso hoje?


GARDNER Essa capacidade é dominada por um segundo tipo de mente, a sintetizadora. Ela nos aponta em que prestar atenção e como os dados podem ser combinados. É preciso ter critério para fazer julgamentos e saber como comunicar-se de forma sintética. Para os educadores, era mais fácil sintetizar quando usavam-se apenas um ou dois livros.


Qual é o terceiro tipo de mente?


GARDNER A criativa. Ela levanta novas questões, cria soluções e é inovadora. Pessoas desse tipo gostam de se arriscar e não se importam de errar e tentar de novo. Essa é a mente que pensa fora da caixa. Mas você só consegue isso quando tem uma caixa: disciplina e síntese. Por isso, o conselho que dou é dominar a disciplina na juventude para ter mais tempo de ser criativo.

O livro aponta também habilidades associadas a virtudes morais.


GARDNER Uma delas envolve o respeito - e é mais fácil explicar a mente respeitosa do que alcançá-la. Ela começa com o reconhecimento de que cada ser humano é único e, por isso, tem crenças e valores diferentes. A questão é o que fazemos com essa conclusão. Nós podemos matar e discriminar os diferentes ou tentar entendê-los e cooperar com eles. Desde que nascem, os humanos percebem se vivem em um ambiente respeitoso. Observam como os pais se relacionam e tratam os filhos, como os mestres interagem com os colegas e com os estudantes e assim por diante. O respeito está na superfície.

Essa última habilidade se relaciona à ética, certo?


GARDNER Sim. No que se refere à ética, é necessário imaginar-se com múltiplos papéis: ser humano, profissional e cidadão do mundo. O que fazemos não afeta uma rua, mas o planeta. Temos de pensar nos nossos direitos, mas também nas responsabilidades. O mais difícil com relação à ética é fazer a coisa certa mesmo quando essa atitude não atende aos nossos interesses. Ao resumir esses dois últimos tipos de mente, eu diria que pessoas que têm atitudes éticas merecem respeito. O problema é que muitas vezes respeitamos alguém só pelo dinheiro ou pela fama. O mundo certamente seria melhor se dirigíssemos nosso respeito às pessoas extremamente éticas.

O ideal é que as cinco mentes sejam desenvolvidas?


GARDNER Sim. No entanto, elas não se adaptam umas às outras de forma fácil. Sempre haverá tensão entre a disciplina e a criatividade e entre o respeito e a ética. Cabe a você respeitar colegas e superiores, mas, se eles fizerem algo errado, como agir? Ignorar o fato ou confrontá-los? Saber conciliar os diferentes tipos de mente é um desafio para a inteligência intrapessoal. Só você pode se entender e achar seu caminho.

Um dos focos de sua atuação, o projeto Good Work, prevê a formação de bons trabalhadores. Como eles podem ser identificados?


GARDNER Eles possuem excelência técnica, são altamente disciplinados, engajados e envolvidos e gostam do que fazem. Além disso, também são éticos. Estão sempre se questionando sobre que atitudes tomar, levando em conta a moral e a responsabilidade e não o que interessa para o bolso deles. O bom cidadão se envolve nas decisões, participa, conhece as regras e as leis: isso é excelência. Por último, não tenta se beneficiar à custa disso. Há pessoas bem informadas que só promovem o próprio interesse. O bom cidadão não pergunta o que é bom para ele, mas para o país.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/dificil-fazer-certo-se-isso-contraria-nossos-interesses-

NOSSO ÚLTIMO ENCONTRO COM A UNB

Nos dias 22 e 23 de Outubro tivemos o nosso último encontro com a UNB. Ficamos felizes com a presença da nossa Formadora Izabel, pois no mês de maio sentimos bastante a sua ausência.
A finalidade maior deste momento foi deixar o registro da nossa caminhada GESTÁLICA e fazermos uma restrospectiva e avaliação sobre o nosso trabalho.

Começamos com muito entusiasmo e expectativas o programa Gestar 2 na GRE-Recife-Sul, no dia 16 de Abril.
Eu, Myriam Tereza, fiquei na Escola Martins Júnior onde leciono.
Neste primeiro encontro foi exposto a finalidade e os objetivos do Programa: aperfeiçoar e ampliar os conhecimentos em nossa área (Língua Portuguesa) assim como a troca de experiências.
Foi enriquecedor sentir o entusiasmo e o interesse dos Cursistas, pois faz muitos anos que não acontecia um tipo de capacitação desta maneira: CONTINUADA.
Ao final no encontro esclareci algumas dúvidas e expliquei como será a nossa avaliação.Planejamos as atividades e dinâmicas de grupo juntas(as formadoras), embora cada uma com uma realidade diferente, pois alguns Diretores tiveram resistência quanto ao PROJETO.
Aproveito para agradecer o apoio da Gestora Mônica Lucena.
No meu grupo inscreveram-se 15 Cursistas, porém quatro não puderam dar continuidade. O governo do estado de PE abriu este ano vários polos nas Universidades: Públicas e Particulares do Recife para capacitar os professores com cursos de Especialização e Atualização. Dois dos Cursistas desistiram por estarem engajados nos mesmos e outros dois por motivo de saúde.
O nosso grupo desde o 1º encontro até hoje demonstra responsabilidade com as atividades dos TPs e dos AAs, embora todos, com exceção apenas de uma, têm no mínimo dois vínculos empregatícios, logo nem sempre pode cumprir todas as tarefas exigidas pelo Programa.
Neste último encontro com a UNB foi um momento de muita riqueza pelas trocas de experiências bem como as apresentações dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos em vários municípios de PE.
Parabenizo áqueles municípios em que os gestores em educação se engajaram e deram forças aos seus FORMADORES, como o pessaol de : Petrolina, Araripina e São josé do Egito.
Existiram pedras nos nossos caminhos de Formador da GRE-Recife-Sul, mas com dignidade, respeito e ética superamos algumas, outras,servirão como aprendizado como educador.
Quero deixar meus agradecimentos a todos que diretamente e indiretamente contribuiram para o meu crescimento profissional como formadora da 1ª turma do Gestar 2 em PE, especificmente da GRE- Recife-Sul. Parabenizo os Cursistas pelo apoio, construção e contribuição dessa jornada.
Obrigada Izabel,pela compreensão e carinho com as nossas aflições.

domingo, 18 de outubro de 2009

HOMENAGEM AO DIA DOS PROFESSORES

APRENDI E DECIDI
Walt Disney
E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.Naquele dia, descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido.Deixei de me importar com quem ganha ou perde; agora, me importa simplesmente saber melhor o que fazer.Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar alguém de "AMIGO".Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, “o amor é uma filosofia de vida ”Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria tênue luz deste presente.Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais.Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente pra fazer-se realidade.E desde aquele dia já não durmo para descansar... agora simplesmente durmo para sonhar.

sábado, 17 de outubro de 2009

LIBERDADE É PODER SE EXPRESSAR

O TP-1 tem como objetivo direcionar a reflexão sobre as possibilidades de uso da língua em diferentes contextos sociais, permitindo-nos fazer escolhas adequadas da fala e da escrita, de acordo com as nossas intenções de produção, bem como compreender as escolhas linguísticas dos nossos interlocutores.
A discriminação linguística tem um destaque especial em nossa discussão, pois é pela linguagem que as pessoas se reconhecem e reconhecem os outros na vida pessoal, interpessoal e social.
No primeiro momento comecei fazendo alguns questionamentos:
"Há situações de fala e escrita em que você(professor)se sente/ ou sentiu totalmente despreparado para participar?"
"Quais são ou foram elas?"
"Por que se sente ou sentiu despreparado?"
"Como resolve u resolveu este problema?"
"Enfrenta-o ou abandona a situação?"
Para nossa surpresa, todos já passaram por situações inusitadas. Uma Cursista respondeu que vivenciou esta situação na prova teórica do Mestrado, pois se sentiu insegura com alguns questionamentos e a partir daquele momento começou a enrolar. Ela observou que o problema estava em adequar a fala às expectativas dos interlocutores naquele momento específico e constatou que àquela situação estava sendo totalmente avaliativa, pois através das suas respostas tinha-se uma medida sobre as competências performativas da mesma.
Depois desta discussão lemos o texto de Maria Antonieta Cunha que trata sobre: Variantes linguísticas: dialetos e registros.
Fizemos a leitura de alguns textos do TP-1, Unidade 1 onde discutimos sobre : Variação linguística e Cultura.
Dividi o grupo em quatro e pedi para cada um produzir um texto de acordo com o dialeto sorteado(profissional, etário, regional e deGênero).
Depois das apresentações, lemos o texto de L~edo Ivo que tem como título : "O ferrador de Cavalos"; este nos serviu de pretexto para discutimos os temas: Língua, Cultura e Variações linguísticas.
Coloquei a música do grupo Natiruts que trata do mesmo tema.
Levei para o encontro alguns slides que retratam a cultura Pernambucana e por último damos destaque a seção 2 da Unidade 2 - em que o texto literário foge perfeitamente dos padrões ditados pela norma culta e tem um status especial, uma vez que se utiliza das variantes de determinados grupos sociais como recurso estilístico.
Foi um encontro bastante dinâmico, pois houve MUITAAAAA DISCUSSÃO SOBRE "A LÍNGUA DE EULÁLIA"!!!!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A argumentação na interação social



Nesta oficina do dia 17/09/09 , para motivá-los a uma nova discussão sobre o TP-6 ( que trata da “Leitura e processos de escrita II), pedi que a turma fosse dividida em três grupos. Cada grupo teria de definir e dissertar oralmente as seguintes palavras:
ARGUMENTAR, PERSUADIR e CONVENCER.
Esta discussão foi ÓTIMAAAA!!! Concluímos que existe uma inter-relação entre as mesmas, pois para argumentar você precisa persuadir, ou seja, persuasão é a forma como a linguagem é utilizada a convencer o receptor da informação que está sendo recebida, é um mecanismo de convencimento pela palavra e isto só acontece através de uma boa argumentação.
Para muitos, a palavra “ PERSUADIR” tem um valor depreciativo; sinônimo de enganar, ludibriar, utilizar de argumentos para tornar uma mentira, verdade.
Logo após esta conclusão, pedi para que lêssemos o texto de referência de J. L. Fiorin e Platão Savioli sobre o tema abordado e destacamos a seguinte frase: “ Em geral, pensa-se que argumentar é extrair conclusões lógicas de premissas colocadas anteriormente, como no silogismo, forma de raciocínio em que duas proposições iniciais se extrai uma conclusão necessária”
Para ilustrar este contexto e a discussão, um de nossos cursistas (Anderson Cariri) trouxe um slide com vários silogismos, alguns engrançados por não terem verdades absolutas mas serem inteligentes quando verificamos o valor semântico do texto.
Fizemos duas atividades da seção da Unidade 21. As atividades 4 e 6, sendo esta última encenada por dois cursistas :Luciene (Helga) e Rangel (Hagar).
Logo após, introduzi as unidades 22 e 23 com o DVD de Hermínio Sargentim que trata de algumas habilidades de produção textual. Só vimos a 1ª habilidade : A teatralização na escrita.
Foi um momento de descontração e reflexão em relação aos trabalhos que são realizados em sala de aula. Afinal, como estamos planejando essas atividades?
Uma das formas de trabalhar esta competência é levar para escola situações orais que acontecem no dia-a-dia para proporcionar aos alunos questões de argumentação e raciocínio crítico. Temos de valorizar a reflexão, saindo do ensino normativo para um ensino reflexivo. Vimos o slide da profª. Drª Patrícia Gomes no qual aborda 10 passos para a revisão textual.
Sabemos que quando os nossos alunos chegam à escola eles já possuem uma competência comunicativa, portanto a escola não ensina a língua, mas ensina formas de fazer uso dela nas ações corriqueiras de escrita e oralidade.
Destacamos neste encontro a compreensão, análise e produção textual. A concepção de produção textual abordada por nós é a sociointerativa.
Analisamos o texto da Prof. Tamar que aborda “uma conversa sobre a produção escrita na escola”
No segundo momento tirei xérox de 4 atividades do AA-6 e pedi para que os grupos elaborassem uma aula em que contemplassem a escrita, a revisão e edição.
Os grupos apresentaram os seus trabalhos destacando a importância da escrita e a sua função social. Deram destaques aos elementos que devemos observar ao produzir um texto, como : a intencionalidade do autor, a informatividade do texto e o receptor. Logo após criaram mecanismos de revisão e correção que inovaram em termos didáticos-pedagógicos, deixando assim, uma nova forma de avaliação.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Projetos x Introdução ao TP-6


Neste dia, três de Setembro, desenvolvemos a oficina em dois momentos: no primeiro momento resgatamos a socialização dos projetos que estão sendo desenvolvidos pelos Cursistas; e no segundo, introduzimos o TP-6.
Observamos um grande entusiasmo do grupo em relação aos projetos.
Compartilhamos ideias e estratégias para a valorização e uma boa execução dos mesmos; selecionamos informações a fim de ajudar e aprofundar determinado tema.
Levamos material para apoio. Todos já sabem o tema um do outro; logo, quando temos algum suporte que poderá contribuir para o desenvolvimento de alguma atividade, selecionamos para tal Cursista. Há uma responsabilidade mútua; com isto, a interação entre eles dar-se de uma maneira prazerosa e acolhedora.
No segundo momento, levei duas propagandas: uma da Natura sobre Consultoria e a outra, a importância da escolha de uma boa agência publicitária para venda de produtos.
Os grupos tinham como objetivo persuadir os interlocutores, a fim de deixarem os seus "possíveis oponentes" sem argumento, sem reação possível que não fosse aquela esperada pelo próprio grupo.
Ao trabalharmos com este gênero, analisamos que foi utilizada uma linguagem coloquial envolvente, apelando para o diálogo, estabelecendo assim, uma interlocução e empatia com o produto que estava sendo anunciado.
Fizemos uma comparação entre os textos elaborados pelos Cursistas e os verdadeiros argumentos utilizados pelas propagandas.
Parece-me que, os argumentos dos Cursistas foram mais convincentes; sendo assim, melhor elaborado.
Depois, analisamos através de slides três tipos de anúncio publicitário: um inteligente, revestido de criatividade e humor, o segundo continha propaggandas que foram censuradas por usarem argumentos excludentes e o último sobre "os novos cinquestões" de Mário Prata.
Este material enriqueceu o nosso encontro, pois enfocamos vários elementos que envolve o tema : "ARGUMENTAÇÃO"!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

7º Encontro: A Tessitura nos textos

Analisamos nesta oficina ( 20/08/09) os seguintes objetivos:

· Caracterizar a coerência na inter-relação entre textos verbais e não verbais.
· Verificar como se constrói a coerência nos textos.
· Analisar mecanismos de coesão referencial e seqüencial.

Entreguei aos Cursistas o texto “ Uma história sem pé nem cabeça” para retornarmos ao assunto “COERÊNCIA TEXTUAL”.
Observamos que uma das pistas que colaboraram para a ordenação dos fatos foi a pontuação.
A pontuação sendo um dos principais recursos de estilo, ajudou-nos a tornar o texto compreensivo.
Observou-se que no texto não existia quase conectivos, logo lembramos do que nos diz Koch e Travaglia no livro : “ A coerência textual”. Segundo os autores: “A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto”.
Depois deste momento de discussão, fomos analisar uma ficha que havia preparado com alguns ENIGMAS. Era mais uma forma de analisarmos o fator da coerência em textos não-verbais.
Vimos através de slides textos produzidos por alunos onde refletimos sobre coerência X incoerência, assim como o trabalho da Prof. Patrícia Vieira Gomes.
Fizemos uma nova dinâmica: entreguei a quatro Cursistas um cartaz e cada um continha uma foto de uma pessoa famosa para que os mesmos incorporassem esta personagem, destacando suas atitudes, características físicas e psicológicas. Os demais Cursistas fariam perguntas e através das respostas verificaríamos quem era quem e mais uma vez estudaríamos o processo de coerência através das pistas veiculadas pela linguagem oral.
Nosso último momento foi com o texto de Rubem Alves “Os urubus e sabiás” que faz parte da obra De Ingedore Koch “Coesão textual”.
Digitei o texto com as perguntas que tratam dos mecanismos de coesão gramatical e semântico para que pudesse ser utilizado também pelos alunos.
Discutimos as respostas e logo depois entreguei a xérox deste capítulo para aprofundarmos o nosso estudo.
Acredito ter sido um encontro bastante produtivo, pois são através destes momentos que estamos nos dando a oportunidade de enriquecermos a nossa prática pedagógica, assim como estudarmos juntos e refletirmos sobre nossas atividades. O nosso grupo é bastante harmonioso e sempre estamos trocando conhecimento através das nossas falas e de materiais diversos como : slides, filmes, textos interessantes ....Sentimos saudades e falta quando um não pode ir ao encontro. Nosso tempo como profissional da área da Educação é curto, porém nestes momentos esquecemos um pouco todas as controvérsias do nosso dia a dia e nos deleitamos com o prazer de estarmos juntos e atuarmos na mesma área.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aulão no CFSH




No dia 30 de julho fizemos um grande encontro. Reunimos todos os Cursistas da GRE Recife-Sul no auditório do CFCH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas.
O nosso objetivo era contemplar os TPs 3 e 4 , assim como a socialização do grupo. Houve a apresentação da equipe de formadoras : na nossa GRE somos sete (eu, Eliane Ribeiro, Izabel Cristina, Flávia Luísa, Norma, Lídia Santos e Ricarda). Apenas uma não compareceu por motivos maiores.
Lídia fez a abertura com o texto de Gabriel Perissé, Professores Apaixonados.
A formadora Flávia Luísa apresentou a proposta do Gestar 2. O nosso encontro foi num clima de muito entusiasmo, compromisso e descontração.Professores de diversas faixas etárias estavam juntos compartilhando saberes .
Em um dos momentos da apresentação, um grupo criou uma Paródia que contagiou a platéia com o seu refrão. Observem a letra:
PARÓDIA

Os cursistas do gestar chegaram para ampliar
Os seus conhecimentos eles vão aumentar
Com a língua portuguesa eles vão arrasar
Então vamos todos comigo cantar
(Refrão)
Cadê a inclusão no gestar tem
Cadê a participação no gestar tem
Cadê a transformação no gestar tem
E com os professores eles vão além

Ouvir é importante e é fundamental
Na vida do cursista isto é essencial
Ouvir, falar e ler isso é demais
E todos acabam profissionais

Cumprir com seus deveres é obrigação
Receber os seus certificados todos sabem que vão
Participando das atividades ansiosos estão
Aplicando suas praticas com muito tesão.

Neste dia, ainda estávamos em greve e muitos de nossos professores ficaram com os seus salários bloqueados até o dia 05 de Agosto como forma de repressão e castigo por terem entrado em greve, mas mesmo com todos esses entraves e outros que aconteceram nós estávamos lá para abrilhantar mais o nosso Estado.
Ficamos muito orgulhosas de nós mesmas.
Nossa coordenadora, Eliane Manso, finalizou com um discurso contagiado de emoção.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

6º encontro-Desafios atuais nas práticas de leitura e escrita



Retornamos o nosso encontro no dia 23 de julho. Éramos para ter retornado dia 16, porém aqui em Recife este dia é feriado : dia da padroeira – Nossa Senhora do Carmo.
Como no dia 20 havia sido o dia do “Amigo” entreguei uma carta elaborada por mim em relação ao prazer do retorno dos cursistas, também aproveitei para vivenciar o poema de Drummond “Canção Amiga” que Miltom Nascimento musicou no seu CD “clube da esquina 2”.
Após este momento de aconchego passei fragmentos do filme “Um poeta de sete faces” que retrata algumas obras de Drummond do produtor Paulo Thiago. Discutimos sobre os dois temas : AMIZADE e CIDADE a partir do texto “Cidadezinha qualquer” do também amado poeta mineiro.
Sugeri a elaboração de um plano de aula em cima destes dois temas, mas foi unânime a escolha do segundo texto. Os grupos foram divididos por séries.
Discutimos sobre a necessidade de cultivar o hábito da leitura e sobre a nossa responsabilidade na formação de leitores competentes. Sabemos que a condição de sujeito letrado se constrói nas experiências culturais com práticas de leitura e escrita, porém o que se observa é a falta de democratização neste mundo.
Os grupos apresentaram as suas análises e construíram seus planejamentos. Fizemos a leitura do texto de Kleiman “ Por que meu aluno não lê? “
Destacamos alguns fragmentos como: “ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não consegue extrair o sentido.” Assim mesmo acontece com a leitura: ela tem de fazer sentido.
Fizemos também a leitura de alguns artigos do livro :” Prática de leitura e escrita” produzidos para séries do Salto para o Futuro.Os nossos debates se intensificaram a partir do momento que observávamos os problemas no dia a dia, possibilitando assim, algumas sugestões, como :Precisamos chegar mais perto dos nossos alunos e saber : como eles criam, vivem, sobrevivem? No que acreditam, o que falam, o que sonham?
A arte da palavra e a leitura do imaginário se caracterizam por um certo grau de imprevisibilidade dos acontecimentos.
Incorporar ao academicismo os saberes de origem popular para quebrar um pouco a muralha que ainda existe entre cultura e educação, talvez desta forma o processo de leitura tenha outro sabor: o sabor de saber.
Logo, concluímos o nosso estudo do TP-4 que trata sobre “leitura e processo de escrita” destacando que é necessário propiciar nas nossas aulas a dinamização da cultura viva, diversificada e criativa, representando assim, o conjunto de formas de pensar, agir e sentir dos nossos alunos.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Game: Aproveitem para testar a sua aprendizagem!

http://www.fmu.br/game/home.asp

Bjooos Myriam...

sábado, 18 de julho de 2009

Letramento no contexto escolar


Nosso 5º encontro houve uma discussão muito rica sobre LETRAMENTO, ALFABETIZAÇÃO, ESCOLARIZAÇÃO....
Diante dos grandes desafios educacionais quando discutimos estes temas observamos que por trás de todos estes elementos há a questão política. Infelizmente, no Brasil, quase um terço da população possui baixos níveis de letramento. O problema do analfabetismo é parte de um problema maior: da desigualdade social, da injustiça social, da exclusão social. Os dados do Saeb não nos deixam mentir. Entre os jovens e adultos, considerando-se aqueles que têm mais de 15 anos, cerca de 13% são analfabetos, ainda que um terço deles já tenha passado pelo Ensino Fundamental. Dentre as crianças, mais da metade das que chegam à 4ª série não têm apresentado um rendimento adequado de leitura. Isto muitas vezes agrava-se até o Ensino Médio.
Esses dados nos levam a refletir: o que acontece com o nosso país? O que acontece em nossas escolas? Por que parte significativa de nossas crianças não se alfabetiza? Por que o Brasil é um dos países que mais se arrecada em termos de tributos e é um dos que menos investe em dois elementos básicos para uma sociedade viver dignamente: EDUCAÇÃO e SAÚDE? POR QUÊ? E por que calamos ou achamos que está tudo em perfeita harmonia, contribuindo assim, para esta herança histórica?
Segundo Magda Soares:
“dissociar alfabetização de letramento é um equívoco porque,no quadro das atuais concepções psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e escrita, a entrada da criança ( e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita se dá simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema
em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. Não são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema/ grafema, isto é, em dependência da alfabetização.”
Magda Soares participou ativamente deste encontro, seja através dos seus questionamentos como de textos complementares.
Este nosso trabalho não se esgota aqui, muito pelo contrário, com as reflexões que tivemos e sugestões esboçadas devemos desafiar Ziraldo quando diz: “ler é melhor que estudar”. Esta frase reflete a ineficiência da escola e à sua distância em relação às práticas sociais significativas.
Infelizmente, “ler” continua sendo coisa das elites.
Embora tenhamos hoje, uma grande parcela da nossa população que estuda, porém não sabe ler. Mais um desafio pra nós, professores de Língua Portuguesa.
Segundo Roxane Rojo “ A escolarização, no caso da sociedade brasileira, não leva à formação de leitores e produtores de texto proficientes e eficazes e, às vezes, chega mesmo a impedi-la”.
Logo, se analisarmos as propostas dos PCN verificamos um avanço quando nos referimos ao respeito à pluralidade cultural do país assim como, dar relevância à práticas e atividades escolares mais próximas da realidade de cada aluno. Caberá a cada um de nós, professores de língua Portuguesa do Ensino Fundamental fazermos a diferença.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O NOSSO 4º ENCONTRO – Alguns esclarecimentos e término do TP3

Como havia dito, nós da GRE – Recife-Sul estávamos nos reunindo com os cursistas toda semana em forma de oficina. Esta está sendo a 1º oficina depois de Gaibu. Comentei a grande dificuldade que nós, formadores estávamos sentindo em relação à implementação do projeto pedagógico.
Percebemos que o nosso tempo é muito curto para todas as tarefas. Percebo uma ansiedade nos cursistas de não podermos juntos, degustarmos minuciosamente de cada unidade dos TPs.
Analisamos neste encontro as unidades 11 e 12.
Estudamos tipologia textual que são definidos por propriedades lingüísticas intrínsecas ou limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal; já os gêneros, como já havíamos estudado, são realizações concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas e sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função. Alguns ignoravam o tipo preditivo.
Percebemos que os tipos nunca aparecem puros em um texto. Trabalhamos com alguns textos e verificamos o entrelaçamento entre os tipos e as “pistas” gramaticais que justificavam sua classificação tipológica.
Alguns textos apresentam uma configuração híbrida: por exemplo o gênero classificado em forma de um poema. É o que chamamos estrutura inter-gêneros (um gênero com função de outro).
Observou-se que a intertextualidade inter-gêneros não deve ser confundida com a heterogeneidade tipológica do gênero (que diz respeito ao fato de um gênero realizar várias seqüências tipológicas).
Definimos suporte e por fim, entreguei a cada grupo um ENVEPOLE DA LINGUAGEM para que analisassem os textos ali encontrados por gêneros e tipos. Foi uma verdadeira prática de tudo que havíamos estudado até então. Depois pedi para que cada um retirasse do envelope um texto e explicasse o porquê ele pertencia a um determinado gênero. Não esquecendo de verificar três pontos básicos para análise: o assunto, a linguagem e a estrutura. Também não esquecer o suporte, pois um texto pode vir em suportes diferentes, sua classificação quanto ao gênero será diferente também.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Gaibu – um novo encontro com o pessoal da UNB

Capacitação em Gaibu-Cabo de Santo Agostinho


Senti falta de nossa formadora Izabel.
Izabel!!!! O que houve?
Espero que no próximo encontro você esteja conosco.
Tirei algumas dúvidas. Nós, da GRE- Recife- Sul estávamos trabalhando com oficinas semanalmente. Ficou esclarecido: uma semana (oficina) outra semana (projeto). Destaco dois filmes que me chamou atenção : “O sabor e o saber”, principalmente pelas colocações de Rubem Alves . Numa de suas argumentações ele fez uma metáfora entre a memória e o escorredor de macarrão. As coisas que não são úteis, escorrem como a água do macarrão, porém o que é útil é o que nos dá prazer e tem de estar integrado com a vida, assim como o próprio alimento.
Se nós pensássemos mais sobre isto, com certeza, os nossos alunos seriam mais felizes.
Um outro filme foi:”Língua – vidas em Português”. Observei algumas falas e destaco a de um garoto chamado Dinho que deixa para trás alguns de seus sonhos por ter de sustentar o seu primeiro rebento, este não tendo condições alguma de sustentar a si próprio.O próprio Dinho desabafa” estou com a cabeça no ar” e depois confessa: “ eu agora tenho esta responsabilidade, isto será um bem e ao mesmo tempo um mal; bem porque terei um fruto e mal porque não tenho o que dar a este fruto; ou seja, plantei uma árvore sem água para dar”
Quantas árvores estão sendo plantadas sem água para sobreviver ?
Refleti sobre a diversidade das culturas que falam a nossa língua e lembrei-me de um livro que li este ano de uma moçambicana Paulina Chiziane ( a 1ª mulher a publicar um romance em seu país). O livro tem como título: Niketche – uma história de poligamia, mais do que uma história de poligamia, Niketche é uma história sobre mulheres. Vale a pena conferir! Há momentos altamente poéticos em sua obra.
Achei que poderíamos ter aproveitado melhor o nosso tempo, mas....
Até setembro!!!!! Saudades Izabel.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O PASSARINHO ENGAIOLADO



Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o mínimo que se poderia dizer era que era segura e tranqüila, como seguras e tranqüilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários públicos.
Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaço para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola.
Bem, se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; têm sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola o caminho foi curto, através da Ponte dos Suspiros.
Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera os seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, lhes traz no bico um galho de veneno. Meus filhos a existência é boa só quando é livre. A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa...Ó filhos, voemos pelo azul! ....Comei!
Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores, com seu mágico bater das asas; os urubus, nos seus voos tranqüilos na fundura do céu; as rolinhas, arrulhando, fazendo amor; as pombas, voando como flechas. Ah!Os prudentes conselhos maternos não o tranqüilizavam. Ele queria ser como os outros pássaros, livres...Ah! Se aquela maldita porta se abrisse.
Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia agora realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre!
Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu um pouco de tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve medo de cair. Agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais distante. Teve vontade de ir até lá. Perguntou-se se suas asas agüentariam. Elas não estavam acostumadas. O melhor seria não abusar, logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um insetinho passou voando bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço o mais que pôde, mas o insetinho não era bobo. Sumiu mostrando a língua.
-Ei, você! – era uma passarinha. – Vamos voar juntos até o quintal do vizinho. Há uma linda pimenteira, carregadinhas de pimentas vermelhas. Deliciosas.Apenas é preciso prestar atenção ao gato, que anda por lá....Só o nome gato lhe deu um arrepio. Disse para a passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha procurou outro companheiro. Ele preferiu ficar com fome. Chegou o fim da tarde e, com ele, a tristeza do crepúsculo. A noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo, na parede da cozinha, onde a sua gaiola ficava pendurada. Teve saudades dele. Teria de dormir num galho de árvore, sem proteção. Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no escuro? E era preciso não esquecer os gambás. E tinha de pensar nos meninos com seus estilingues, no dia seguinte.
Tremeu de medo. Nunca imaginara que a liberdade fosse tão complicada. Somente podem gozar a liberdade aqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudades da gaiola. Voltou. Finalmente a porta ainda estava aberta.
Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta disse:
- Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois passarinho de verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar...
(Rubem Alves. Teologia do cotidiano. São Paulo , Olho d’água, 1994.)

RUBEM ALVES é, entre outras coisas, professor universitário, filósofo, cronista, contador de histórias, ensaísta, teólogo e psicanalista.
Já escreveu mais de 50 livros para adultos e jovens. Seus textos buscam oferecer ao leitor reflexões sobre temas como a educação, a liberdade, o amor e o sentido e a beleza da vida.

Quando acabei de ler este belíssimo conto de Rubem Alves comecei a questionar: "Até que ponto vale a pena uma vida segura e tranquila, sem enfrentar problemas e perigos?"
Acredito que o grande crescimento do ser está justamente em saborear pimentas, estar junto de alguém... Porém ainda hoje existe pessoas que faz questão de estar sempre com um grande "buraco na alma".
Para concluir, a liberdade não é algo dado; ela precisa ser conquistada e preservada por meio de uma luta constante, pois até mesmo para tê-la precisamos romper barreiras e acreditar: no outro, em si e principalmente em Deus.

Beijos no coração♥♥♥♥♥♥♥♥
Myriam



3º ENCONTRO: A POESIA DESVENDANDO O SEGREDO DAS PALAVRAS

Neste encontro o tema central foi o texto literário X texto utilitário.
Assistimos ao documentário “ Vale dos poetas” no qual aborda o Sertão do Pajeu. Segundo o professor José Silva “ a natureza deu de presente a esta região a inspiração dos poetas da escola Trovadoresca de Portugal; já na fala de Valdir Telles,”Hoje, na cantoria de viola são conhecidas quase 80 modalidades no Brasil, começando pela sextilha até as novas modalidades”.
Gente!!! Tudo isto é POESIA!!!!
Discutimos sobre o tema e acho que o nosso grande desafio é fazer com que a poesia esteja constante em nossas almas, pois só assim poderemos transfigurar o nosso mundo.
Lembrei-me do texto “ Vista cansada” de Otto Lara Resende quando diz: “Uma criança vê o que um adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença”.
Pergunto-me como estão os nossos olhos? Será que não estamos deixando de valorizar as pequenas coisas da vida? Será que não estamos dando mais espaço para o monstro da indiferença? Se estamos fazendo isto como educadores, então, como sensibilizarmos os nossos alunos através da arte literária?
É preciso reagir para não perdermos o nosso olhar interior. A rotina automatiza a retina como dizia em uma de suas aulas de Literatura na UFPE o professor Lourival.
Talvez estejamos vivendo hoje uma espécie de cegueira generalizada. Falta-nos, portanto, ler melhor quem nos rodeia, amar mais as pessoas, a vida e a nós mesmos.
Houve neste mesmo dia, logo após o encontro do GESTAR, o lançamento do filme :”Uma história que poderia ser a sua”. A imprensa da Secretaria de Educação compareceu e olhem nós aí ( a diretora Mônica Lucena e eu) dando entrevista. Mônica, assim como a vice diretora Fátima Melo tem dado muito apoio ao GESTAR.
Afinal,como já havia comentado, este filme faz parte de um projeto anti-drogas do qual faço parte.









Os cursistas também foram convidados para o evento. O filme foi um sucesso!!!! Acredito em projetos que fazem a diferença!!! Observem o produtor do filme: este que está no meio partindo o bolo. Parabéns Romero!!!!



sexta-feira, 8 de maio de 2009

Por que falar em Gêneros textuais?

Reconhecendo a necessidade de pensar num melhor resultado para o estudo de Língua Portuguesa, o Gestar 2 no livro de teoria e prática -3 no qual aborda o tema: “Gêneros e tipos textuais”, desafia, nós, professores, aprimorarmos nos nossos queridos alunos o estudo dos gêneros.
Quando o aluno, ou qualquer pessoa, fala ou escreve em determinada situação de comunicação, está produzindo um gênero de texto. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) insistem neste tema, considerando-o como fundamental para o Ensino de Língua Portuguesa. Diferentes teóricos como Bakhtin, Dolz, Schneuwly e Marcuschi, se ocuparam do estudo do tema, tanto do ponto de vista teórico quanto da sua aplicação escolar.
Com base nos pressupostos teóricos de Bakthin, os PCN fazem as seguintes considerações:
“Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero. Os vários gêneros existentes, por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Pode-se ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a ‘ famílias’ de textos que compartilham algumas características comuns, embora heterogêneas, como visão geral à qual o texto se articula, tipo de suporte comunicativo, extensão, grau de literariedade, por exemplo, existindo em número quase ilimitado.”
Por isso, o estudo no TP-3 – considera os gêneros nos seus aspectos sócio-comunicativos e funcionais. Sem desprezar a forma, também considera os aspectos formais que os constituem, como as características estruturais e lingüísticas dos textos falados ou escritos.
Contudo, em alguns momentos, julga-se conveniente considerar não o gênero textual, mas a predominância do modo de atualização do discurso, o tipo textual predominante, o suporte do texto, a depender dos objetivos pretendidos.
Segundo Marcuschi: “Em geral, a expressão ‘tipo de texto’, muito usada nos livros didáticos e no nosso dia-a-dia, é equivocamente empregada e não designa um tipo, mas sim um gênero de texto.”
Os tipos textuais são conhecidos, de modo geral como: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção. Já os gêneros textuais, orais e escritos são muitos: carta, conto de fadas, fábula, piada, debate, lista de compra, histórias em quadrinhos, charges, bilhete, classificado, carta ao leitor, carta do leitor...
Por fim, aprender a utilizar os gêneros desta maneira, possibilitará aos nossos alunos reconhecer e praticar gêneros de texto que apresentem predominância de diferentes tipos textuais. Desse modo, um aluno que sabe reconhecer as principais características de um gênero textual, poderá num segundo momento, realizar uma atividade de deslocamento de gênero, como, escrever uma fábula em forma de poema ou um poema em forma de carta...

Bibliografia:

Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetro Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1997, v.2, p. 26.
O pensamento de Vygotsky e Bakhtinno no Brasil, de Maria Teresa Assunção freitas. São Paulo: Papirus, 1998.


NOSSO SEGUNDO ENCONTRO – OS GÊNEROS TEXTUAIS FAZENDO SENTIDO

Comecei entregando para os cursistas todo o planejamento do encontro anterior com base na BCC e OTM. Para alguns, estes dois instrumentos de apoio pedagógico ainda causam estranheza. No final deste planejamento, sugeri que cada escola construísse um “BANCO DE PLANEJAMENTO” . A idéia foi bem aceita.
Levei o livro “Preconceito lingüístico” de Marcos Bagno e discutimos alguns fragmentos que destaquei da introdução para enfatizar a fala de uma das cursistas, pois a mesma havia dito no último encontro que: “os nossos alunos falam errado”. É importante ressaltar que a língua não é estanque. Basta observarmos na sala de aula as inovações lingüísticas que os nossos alunos trazem. E o falar “errado” na verdade não passa de um autoritarismo inconsciente da elite. “O falar/ calar está intimamente relacionado à história das hierarquias sociais e se reproduz de várias formas nas situações comunicativas".
Depois da discussão sobre o assunto, entreguei o kit com os TPs para serem analisados. O primeiro momento foi de um olhar carinhoso e questionador, depois um abraço de aceitação e entusiasmo com o projeto que iremos desenvolver.
Trabalhamos a unidade 9 do TP3. E logo surgiram os primeiros questionamentos sobre gêneros textuais.
Esta semana li uma matéria na revista Construir Notícias sobre “gêneros textuais na escola “que continha a seguinte classificação: “ gêneros primários são aqueles que não precisam ser ensinados na escola, já que são aprendidos no uso diário.(...) Podemos chamar de gêneros secundários os que exigem maior planejamento para serem usados. Precisam ser ensinados na escola para que os alunos possam dominá-los como instrumento de comunicação indispensável para o exercício da cidadania.”
Na realidade, eu desconhecia estes dois tipos de classificação.
E qual a diferença entre o gênero ensinado na escola e o que não é ensinado?
Tudo o que falamos ou escrevemos é gênero textual.
Destaco o seguinte, existem gêneros que são ensinados na escola que necessariamente não é através da instituição escola que você tem este domínio.
Lembro-me de quando criança escrevia inúmeras cartas pessoais antes mesmo que estas fossem ensinadas na escola. Hoje, existem n gêneros que os nossos alunos dominam mais do que nós, professores, logo, esta hierarquia de gêneros “institucionalizados” eu não concordo. O que eu concordo é com o trabalho reflexivo do professor sobre sua prática didática do que ensinar e por que ensinar determinados gêneros, já que ao trabalhar com a diversidade dos mesmos amplia, diversifica e enriquece a capacidade dos alunos.
Nosso grupo demonstrou dúvidas em relação a gênero e tipo. Observa-se que os tipos eles incorporam uma diversidade enorme de gêneros. Por exemplo, ao trabalhar com uma narração você tem uma infinidade de gêneros como: o conto, a fábula, a crônica, uma tira...
“Schnuwly compreende o gênero textual como uma ferramenta, isto é, um instrumento com o qual é possível exercer uma ação lingüística sobre a realidade. Para ele, o uso de uma ferramenta resulta em dois efeitos diferentes de aprendizagem: por um lado, amplia as capacidades individuais do usuário; por outro, amplia seu conhecimento a respeito do objeto sobre o qual a ferramenta é utilizada. Por exemplo, ao utilizarmos um machado, aprendemos não apenas como manejá-lo cada vez melhor, mas também passamos a saber mais sobre a dureza da madeira e dos troncos”.
Acredito que está claro através desta imagem o que é um gênero e o que representa para o nosso ensino-aprendizagem.
INTERVALO!!!!! Um momento rápido para uma boa conversa com os colegas ao sabor de um lanchinho feito com carinho. Olhem as garotas aí!!!!



No nosso segundo momento, dividimos a turma em grupos e fizemos um trabalho com gêneros com base no tema trabalho. Houve apresentação e logo após os grupos analisaram e escolheram o (avançando na prática) que será aplicada em sala. Concluímos lendo o texto de Marcuschi “Gêneros textuais: definição e funcionalidade”.
Cada momento de cada encontro é único. As nossas trocas não têm preço,os desafios que temos de enfrentar enriquece a hora da partida, deixando-nos sempre para o próximo encontro um gostinho de “QUERO MAISSS!!!!”. bjo

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O Prazer de Ensinar -Içami Tiba

Ensinar é transmitir o que você sabe a quem quer saber. Portanto, é dividir sua sabedoria. Mas é uma gostosa divisão que não segue as leis matemáticas, porque, em vez de você diminuir, você ganha o que nem lhe pertencia. Ensinar faz o mestre atualizar seus próprios conhecimentos, o que aumenta sua sabedoria.
Nem sempre o professor ensinar significa o aluno aprender. Quanto mais o professor conseguir aplicar seus conhecimentos no dia-a-dia do aluno, mais este terá interesse em aprender. Ensinar algo que não serve ao aluno o obriga a simplesmente decorar, como uma memória descartável que dura até o momento da prova. O professor que não se deixa questionar, não aceita sugestões nem acata reclamações é porque tem sua aula decorada faz tempo e, se não morreu, falta pouco. Os questionamentos revolvem os acomodados neurônios em busca de novas respostas, reativando o cérebro, reavivando a alma.
Ensinar é realizador, prazeroso e gratificante. É ver desabrochar a flor cuja semente o mestre plantou. O conhecimento deve ser dosado pelo interesse e pela capacidade de aprendizagem do aluno. Muita luz pode cegar o olho acostumado à penumbra. O aprendiz, além de receber o conhecimento, está absorvendo o prazer de ensinar do mestre, que se transforma em prazer de aprender. E o que se aprende com prazer não se esquece jamais.
É transitório e medíocre o abuso do poder de saber quem não sabe. Esse poder só alimenta a mesquinha vaidade das pessoas. O sabe-tudo está pondo um limite subjetivo em seu conhecimento, acreditando-se onisciente. Isso é mania de querer ser Deus. A maior fraqueza do homem é querer ser Deus, pois a verdadeira sabedoria traz embutida a humildade. É saudável buscar a perfeição, porém é mais perfeita a pessoa que a procura do que a que a encontra. O verdadeiro mestre procura estar sempre aprendendo.
O mestre é um caminho para seu aprendiz chegar à sabedoria. O aluno tem de superar o professor. O verdadeiro mestre se orgulha de ter sido um degrau na vida do aprendiz que venceu na vida. Ensinar é um gesto de generosidade, humanidade e humildade. É oferecer alimento saboroso, nutritivo e digerível àqueles que querem saber mais, porque ensinar é um gesto de amor!
Fonte: TIBA, Içami. Educação & amor. São Paulo: Integrare, 2006. p. 53 e 54

quarta-feira, 22 de abril de 2009


MEU PRIMEIRO ENCONTRO
OLHA O FRIOZINHO NA BARRIGA!

Nosso encontro aconteceu na Escola Martins Júnior, a escola que leciono.
Minha turma foi um presente de Deus. Amei todos, comecei me apresentando, falando um pouco do GESTAR II e pedindo depois para que os mesmos se apresentassem pontuando três marcos profissionais. Alguns se viram na fala do outro e foi um momento de muito aconchego.
Depois, de todos se apresentarem eu retomei a fala, pedindo desculpas por não estar naquela circunstância com os TP’s, pois houve um problema na GRE daqui, mas mesmo assim, dei continuidade ao meu trabalho.
Como havíamos planejado uma coisa e de última hora, surgiu outra, refiz à aula um dia antes. Já que o TP's falam sobre gêneros e tipos textuais, comecei com um dos gêneros textuais: o slogan.
Apresentei o meu slogan: “Myriam, aquela que veio para trocar e construir”. Discutimos sobre o conceito de slogan, quem são os interlocutores deste tipo de texto, em que meio circulam as diferentes mídias...
Destacando, temos uma colega Denise Teixeira que terminou o mestrado em Análises Lingüísticas, a orientadora dela foi Elizabeth Marcuschi, (a mulher do grande Linguista). Contribuirá bastante nos nossos encontros.
Em seguida, pedi para cada um se apresentar através de um slogan. Logo que todos se apresentaram (vale ressaltar que slogan tinha de ter características dos mesmos) pedi para que os mesmos anotassem num papel. Em um momento posterior, dei uma lista de 30 slogans para que eles identificassem o produto. Discutimos as respostas. Alguns acertaram mais, outros menos, e sem querer estávamos percebendo uma das finalidades do slogan: a interatividade através da memorização.
Pausa para o intervalo, um lanche básico e com sabor de muito carinho, feito pelas minhas colegas da cozinha: Morena e Rosa.
No segundo momento houve uma reflexão e discussão do texto “Gaiolas e asas” de Rubem Alves. Se deixar... Tem alguns colegas como Paulo e Tony que não deixam ninguém mais falar! Que prazer estes momentos nos dão! Teve à fala da colega Luciene Viana que foi muito pertinente quando em um dos momentos de reflexão sobre o texto disse: “Imagine você ( professor) querer ser pássaro dentro de uma escola que é uma gaiola.”
Dividimos depois os grupos e entreguei a cada grupo, um objeto sem utilização para o uso comum ,e fiz com que eles dessem a estes objetos uma nova roupagem, nova vida! Solicitei que eles fizessem uma propaganda para o mesmo e utilizassem o slogan de cada membro do grupo. Cada propaganda iria ter uma mídia diferente.
Ao término das apresentações, coloquei uma propaganda da Metal Singer para reflexão, que tinha muito a ver com o que estávamos propondo, até então.
Está sendo GRATIFICANTEEEEE D+!

Lembranças da Alma




MINHAS MEMÓRIAS- LEMBRANÇAS DA ALMA

Era uma vez um tempo em que ter um filho era sinônimo de afeto e carinho. Minha mãe sempre que falava sobre o meu nascimento dizia : “ Deus estava muito inspirado no dia em que você nasceu. A lua cheia fluía uma serenidade no ar iluminando a nossa casa e trazendo para o nosso aconchego mais um rebento de amor”. Esta foi uma das primeiras leituras orais que me marcou.
Como diz Paulo Freire: “ a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Depois passei eu mesma a fazer as leituras de mundo: dos gestos, dos olhares, das falas, do cheiro do jardim de infância, dos prazeres da adolescência e da responsabilidade da maturidade... Estas atribuições de valor à leitura de mundo e dos livros são uma metáfora de valores construtivos para o meu ser.
Lembro-me da minha primeira professora . Ela se chamava Izabel e ao término daquele ano letivo presenteou-me com um livro “ A pequena princesa”. Até então não decodificava as palavras, mas as imagens.... estas estavam carregadas de emoções, sendo assim, um pretexto para eu criar um novo texto.
Ainda no primário, especificamente na 3ª série, adotaram um livro didático no qual continha duas disciplinas: Português e Matemática e os personagens destes textos eram sempre os mesmos, dois gênios: Razur e Cazur. Eles viviam num lugar mágico onde tudo permanecia em harmonia como as árvores, os pássaros, as pedras... Aliás, não havia pedras no meio do caminho. Aquela natureza me envolvia de uma forma que sempre que podia me transportava para aquele lugar cheio de encantamentos e segredos. Acredito que até hoje sonho com um mundo assim... As palavras... as palavras... Que magia!!!
Na adolescência conheci um professor de Literatura: Tomás Maciel. Suas aulas eram um verdadeiro deleite. Apaixonei-me por ambos... as letras continuaram me perseguindo... e logo, logo, encontrava-me na UFPE fazendo o curso de... Letras. No curso enfrentei um grande desafio, mesmo com a minha timidez fui presidente do Diretório Acadêmico onde comecei a compreender a instituição educacional, fora dela mesma e enxergar a sua dimensão política. No 4º período já comecei a lecionar numa escola privada e assim que terminei o curso fiz o concurso para rede pública. Durante vários anos lecionei nas duas redes, porém há dois anos optei apenas pela escola pública.
Tive perdas incomensuráveis que abalou-me emocionalmente e por conseqüência, profissionalmente. Mas... lembrando Cora Coralina :
“ Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.
Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar".
E hoje, estou aqui!!! Gritando, lutando, sorrindo, cantando, amando, sofrendo, chorando... mas... vivendo...
Uma das minhas grandes preocupações é o resgate de alguns valores como: respeito mútuo, solidariedade, diálogo, dignidade da pessoa humana... "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Às vezes, sinto-me inconstante diante de tantos desafios que temos de enfrentar hoje na educação. Toda semana quando chego à escola 1 ou 2 alunos são presos. Não posso fazer de conta que isto não está acontecendo! O que fazer então? Recife é uma das cidades mais violentas do Brasil. Desde o ano passado participo de um projeto anti-drogas juntamente com alguns professores que também estão preocupados com esta situação, este projeto tem como título:
” Prevenção do uso de drogas e da violência na escola”, este é o nosso objetivo: resgatar estes lares perdidos... Muito antes de ser uma professora sou uma “sentidora” (para citar Clarice Lispector). Trabalhar com projetos exige tempo e dedicação. O objetivo central de um projeto constitui um problema ou uma fonte geradora de problemas, que exige uma atividade para sua resolução, se não, não há sentido. Para nós que estamos envolvidos com esta causa, nos perguntamos: "Quando teremos uma solução?"
Realizamos palestra com o jornalista da Rede Globo Marjones Pinheiro, teatro com a Patrulha Escolar, questionário diagnóstico... por último o professor Romero Aguiar produziu um filme com alguns alunos e professores da instituição que trata do tema e que tem como título: “Uma história que poderia ser a sua”. Foi convidada a Secretaria de Educação do Estado, a nossa GRE, para a pré-estréia que será no dia 28 de Abril de 2009. Para lembrar, participo do filme.
A questão das drogas nas escolas públicas da rede estadual de PE é uma realidade e estão refletidas nas nossas falas e em nossas preocupações.
Agora estou empenhada com o GESTAR II, onde espero que troquemos muitas idéias e tenhamos momentos de prazer e realizações, para debatermos sobre todos estes problemas, porque só assim, o projeto terá sentido, afinal, assim como a língua e a linguagem serão os nossos principais instrumentos de trabalho e prazer àquela que está em permanente mudança, será a hora de aproveitarmos os momentos de estarmos juntos (professores de língua portuguesa) para fazermos as nossas mudanças também. É o momento de construirmos novos objetivos que estejam atrelados a nossa realidade.
Não desacredito da educação como o maior meio de construir um país melhor, com menos violência e com mais dignidade pelo ser humano.





REGISTRO REFLEXIVO

Participar do GESTAR II tem sido uma experiência ímpar, pois além de termos oportunidade de atualizarmos o nosso conhecimento é também um momento de troca de opiniões e de vivência em sala de aula; e o mais importante: SUGESTÕES para tornarmos nossas aulas mais atrativas e desafiadoras.
Parabenizo a contribuição da professora Izabel Ferreira. Primeiro, como ela soube conduzir o grupo, pois não é fácil está no universo de professores do mesmo estado mas de regiões diferentes. Como diz Maria Antonieta Cunha “a língua não reflete só sobre o mundo, mas reflete também o mundo” e ali estávamos, refletindo a diversidade cultural de cada região. Afinal, através da fala de cada formador percebíamos o que estava ou não sendo feito em sua região em prol da Educação- os projetos de trabalhos que estavam sendo realizados em sala de aula; os problemas enfrentados no que diz respeito à questão do ensino-aprendizagem e por fim, a intervenção deste projeto Gestar II como uma re-significação do nosso trabalho , de modo que possamos estar abertos para os múltiplos desafios em relação a implementação do mesmo. Digo isto porque sou de Recife e fazia anos que não tínhamos algum tipo de capacitação, imagine um projeto no qual envolve várias instâncias.
Segundo, acredito que a professora Izabel deixou muito claro um dos principais dilema do professor de Língua Portuguesa : o trabalho com a gramática textual e reflexiva na qual a Análise lingüística é a ferramenta básica para a leitura, a oralidade e a produção textual.
Terceiro, achei inovadora a forma como a nossa formadora trabalhou com o material didático “ os TPs” objetivando à análise, discussão e reflexão das nossas práticas pedagógicas , sendo enriquecidas com material de áudio e vídeo. Isto foi fundamental para a construção dos trabalhos realizados, pois verificamos o grande crescimento do grupo. E não foi à toa que no último encontro já existia uma comunhão e uma harmonia entre os membros da sala.
Logo, espero ansiosa para o próximo encontro. Observei que preciso aprender bastante, porém estou aberta para esta tarefa e estou buscando reavaliar e redirecionar os meus conhecimentos para melhor desempenhar o papel de “FORMADORA”. Na verdade, não acredito que irei “FORMAR” ninguém, e sim construir com os meus futuros colegas novas práticas e projetos e que estes sejam compensadores e agradáveis para avançarmos na conquista efetiva da eqüidade em EDUCAÇÃO.


Izabel, parabéns pelo seu trabalho!!!!
Um grande abraço e até à próxima.
Myriam Tereza

“Dizer que somos seres falantes significa dizer que temos e somos linguagem, que ela é uma criação humana (uma instituição sociocultural), ao mesmo tempo que nos cria como humanos (seres sociais e culturais). A linguagem é nossa via de acesso ao mundo e ao pensamento(....). Ter experiência da linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, mas, sem que saibamos como, experimentamos sentidos, significados, significações, emoções, desejos, idéias.”
Marilena Chauí.